Fonte: G1

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a Operação Butano, contra o tráfico de drogas e a venda ilegal de gás. As investigações apontam que quadrilha que atua na Zona Norte do Rio impuseram a comerciantes monopólio de botijões. Até as 11h, 13 pessoas foram presas – na operação, um helicóptero ficou na linha de tiro.

O bando age nos bairros e comunidades do Engenho da Rainha, Thomaz Coelho, Del Castilho e Inhaúma. Um dos presos, segundo a polícia, é o chefe, Marcelo Fonseca de Souza, o Marcelo Xará, que estava numa casa de luxo em Belém do Pará. Ele foi acusado de comandar, de dentro do presídio em Bangu, tentativa de invasão ao Morro dos Macacos que terminou com a derrubada de helicóptero da PM em outubro de 2009. Três militares morreram.

A Justiça determinou a soltura de Xará em julho deste ano. O traficante cumpria pena por tráfico, associação para o tráfico, sequestro, homicídio e assalto desde 1994. Em 2016, o estado pediu sua transferência para presídios federais fora do RJ, mas em 2017 Xará voltou para Bangu.

Dono preso
Segundo o delegado Roberto Cardoso, somente um distribuidor de gás foi autorizado a vender bujões, e lojistas sob o domínio do bando eram obrigados a comprar dele, diante de ameaças. “Demais fornecedores são impedidos até de circular pelas ruas das comunidades”, explica Cardoso. O dono foi preso.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de organização criminosa, extorsão e lavagem de dinheiro.

Na operação também foi preso Lucio Mauro Gomes, apontado pela polícia como o contador da quadrilha. Ele aparece numa conversa falando com Allan Lobo Silva, citado na investigação como o dono do depósito onde ficam os botijões vendidos pelo bando.

O contador orienta Allan a usar um cartão de crédito para disfarçar a origem do dinheiro. “Tudo que você vai ter que falar é o seguinte: ‘Estamos com um problema nela, estamos tentando resolver… enquanto isso, estou usando o cartão de crédito ou a conta bancária da minha outra empresa’”.

Segundo o delegado Roberto Cardoso, Lucio usava Allan como a única pessoa autorizada a vender gás. “Com isso, os lucros aumentaram significativamente”, afirma.

Os policiais também apreenderam drogas, uma balança e radiotransmissores.

Os presos vão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão, ameaça e crimes contra o consumidor.